Dedicado a quem me possibilitu a vida - Maria Ermelinda
Sensualidade pouca e vazia
Que se mistura nos tijolos
E nas mãos de tantas mães
Essas esperam um não sei o quê
Nem pra quê
Nem tem por quê contradizer
Basta dizer que é mãe e mais nada
Seus filhos soletrados aos beros
Carentes de tudo e ao mesmo tempo fartos de sí mesmos
Já são sábios com pouca idade
E a malícia é a maldade de quem vê
Sempre vamos ao encontra da escola
Seja qual for sua arquitetura
Pobre ou noturna esperamos à porta
As mães de lábios mansos e afrouxados
São firmes na decisão da vida
Afloram quase sempre na despedida
E no fundo são quase mudas
Sensualidade pouca e tardia
A entrega mártire de um Amor incondicional
Nem todas são heroínas
Mas todas podem voar
E quando fazem não voltam mais
Seus filhos soletrados ao vazio
Escapam, esperneam e acostumam-se
a permanecer sós na presença de outros tantos mais
Então tiveste mãe?
Ou ela que te teve no seio farto dos dias?
Beber o leite e alegrar as fotos
Agora são lembranças findas de minha mãe Maria
Henrique Pires
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
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